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Síria não tem força militar para responder a ataque dos EUA, dizem analistas

Israelenses dizem que Assad não teria condições de promover represália; ataque pode ser definido amanhã

BBC
As chances de que o presidente da Síria, Bashar al-Assad , ordene bombardeios contra Israel em represália a um eventual ataque americano são "muito baixas", avaliam analistas israelenses. Mas há uma minoria que acredita que o "improvável" possa acontecer.
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Reuters
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Entre os analistas políticos e militares em Israel é praticamente unânime a opinião de que se houver um ataque dos Estados Unidos contra a Síria, Damasco não responderá com mísseis contra Israel, o principal aliado americano no Oriente Médio.
Para Schlomi Eldar, colunista do site Al Monitor que há 20 anos cobre a região para canais de TV israelenses e é autor de livros e documentários sobre o Oriente Médio, o regime de Assad não teria força militar para lançar uma ofensiva contra Israel após dois anos de guerra civil.
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"A Síria ameaça lançar mísseis contra Tel Aviv se os Estados Unidos a atacarem, como um mosquito que ameaça atacar um elefante. Assad pensa que ninguém percebeu que seu Exército está destroçado (...), que milhares de soldados desertaram e que necessita da ajuda do Hezbollah para retomar a cidade estratégica de Kussair", afirma Eldar em artigo no Al Monitor.
Status quo, Al Qaeda e poderio bélico
Para o jornalista e escritor Uri Avnery, existe um acordo entre Assad, o presidente americano, Barack Obama, e o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu. "Todos têm interesse em manter o status quo, ou seja, todos querem manter Assad no poder na Síria", disse em entrevista à BBC Brasil.
Avnery é fundador do movimento de paz Gush Shalom e ex-membro do Knesset, o Parlamento israelense, para partidos de esquerda. "Tanto para os Estados Unidos como para Israel a alternativa a Assad seria pior. Os islamistas radicais da linha da Al Qaeda tomariam o poder", diz Avnery.
"Nessas circunstâncias, Assad não tem interesse em atacar Israel e ampliar o confronto", complementou. O historiador Eyal Zisser, da Universidade de Tel Aviv, reforça a teoria de que Assad não tem meios para atacar Israel nesta altura da guerra civil que trava contra os rebeldes em seu próprio território.
"As capacidades do Exército sírio estão bastante desgastadas, há escassez de munição, não é a Siria de três anos atrás. A Força Aérea da Síria também está em situação difícil, há falta de peças de reposição e de combustível e a manutenção é precária", disse Zisser em entrevista ao site de noticias israelense Ynet.
Hezbollah e Irã
No entanto, para Yehuda Balanga, especialista em Síria da Universidade de Bar Ilan, se Assad se sentir "encurralado", ele será, sim, capaz de atacar Israel. Balanga pertence a uma minoria entre os analistas que acha que a probabilidade de que o presidente sírio decida lançar mísseis contra Tel Aviv é significativa.
"Se Assad sentir que está com as costas contra a parede ele poderá mobilizar seus aliados - o Hezbollah e o Irã - para lançar uma represália". Para Balanga, Assad não abrirá mão do poder na Síria "em hipótese alguma". "Se perder o poder, os sunitas poderão massacrar os alauítas", afirmou.
Apreensão e incertezas
Nas últimas duas semanas, desde que um ataque americano à Síria vem se configurando como iminente, a mídia israelense vem debatendo incessantemente a possibilidade de que haja um ataque ao país. Embora a maioria das previsões descarte esse cenário, o nervosismo do público vem aumentando e um dos sinais dessa tensão é a corrida de milhares de pessoas aos centros de distribuição de máscaras anti-gás.
Caso o cenário considerado "improvável" acabe se concretizando e as cidades israelenses se transformarem em alvos para mísseis da Síria ou de seus aliados, muitos dos civis em Israel estarão desprotegidos.
"Se mísseis de Bashar al-Assad caírem na retaguarda, não deveremos nos surpreender se houver caos, incerteza e falhas das autoridades que supostamente devem proteger os civis", afirma o analista militar Reuven Pedhatzur em artigo no jornal israelense Haaretz.
Pedhatzur aponta a "falta de coordenação" entre vários órgãos do governo que devem assumir a responsabilidade em casos de emergência e o fato de que faltam máscaras de gás para 40% da população.
"Se Assad concretizar suas ameaças, o que aconteceu há 20 anos, quando mísseis Al Hussein caíram em Tel Aviv, se repetirá", adverte Pedhatzur, em referência à primeira Guerra do Golfo, em 1991, quando as autoridades israelenses se mostraram despreparadas para proteger os civis dos mísseis lançados pelo Iraque.
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